Dia 8 de Dezembro de 2018, aproveitando uma festa de aniversário de um primo, fomos passar o fim de semana à Grande Capital, Lisboa.
Como não podia deixar de ser, tirámos um bocadinho para irmos, só nós os quatro, deambular pelas ruas envolvidos pela magia das luzes de Natal, do corrupio das prendas, da decoração das lojas, das famílias e dos turistas que, como nós, se fascinavam pela energia e movimento de uma cidade que começa a não dormir.
Nestes momentos de passeio há sempre o mesmo problema. Onde estacionamos? Levamos ou não a cadeirinha da Margarida? Haverá lugares de estacionamento prioritário suficientes para toda esta gente?
Então decidimos, depois de passear bastante, de petiscar nos “nossos amigos” Austríacos e de ver as luzes do Chiado, ir até ao Terreiro do Paço de carro.
Devido ao avançar da hora, a Margarida já mostrava sinais de cansaço. Então, decidimos que o Zé parava o carro numa das ruas paralelas ao Terreiro do Paço e eu levava a Madalena a ver a grande árvore de Natal.
Assim foi, parámos num lugar reservado a um ministério. Saímos as duas, eu e a Madalena, e dirigimo-nos aos polícias para dizer que “íamos só ali ver a árvore de Natal” e que o meu marido ficaria no carro com a nossa outra filha.
Foi quando um dos agentes da PSP me pergunta porque é que não íamos todos.
Lá expliquei a situação da Margarida, que estava cansada, que não havia estacionamento, que ela tinha problemas de mobilidade, que tínhamos de tirar a cadeirinha, voltar a tirar a M do carro, por a cadeirinha outra vez….
Os senhores agentes acharam que isso não faziam sentido nenhum e em tom de ordem mandaram-nos estacionar bem o carro. “Pois, mas aqui é estacionamento proibido…”, retorqui.
“Ó minha senhora! Vai dizer ao seu marido para encostar bem o carro, vai tirar a menina e vai a família toda ver as luzes que estão muito bonitas! Demoram o tempo que for necessário. Percebeu?” e continuou: “A família tem que ir toda junta! Somos nós que dizemos e somos nós que ficamos aqui com o carro!”
Fiquei com a sensação que se não parássemos o carro naquele lugar reservado e se não fossemos os quatro até ao Terreiro do Paço ia ser multada por incumprimento de ordem policial!
Aquelas palavras trespassaram-nos de agradecimento e emoção. Fomos os 4 em família.
A Margarida e a Madalena viram a árvore de Natal com as suas luzes e cores. A Margarida ficou fascinada porque luzes e cores é uma das coisas que ela mais gosta neste momento.
Também temos aprendido que a felicidade se faz, mesmo, de pequenos momentos. Aquele foi um deles! E aqueles agentes da PSP tornaram-nos mais felizes, mesmo mais felizes.
Obrigada