Festas de Natal das Escolas

Festas de Natal das escolas

Chega a altura das festas de Natal dos infantários, creches, Jardins de Infância, conservatórios, ginástica e mais um par de botas.
Chega a altura de, numa primeira fase, os pais partilharem os fatos que fazem para as festas, as maquilhagens e os ensaios. Numa segunda fase, os pais partilharem as festas de Natal dos seus filhos, onde eles dançam, rodopiam, cantam, dizem adeus para a gigantesca plateia de pais empunhando um telemóvel a filmar tudo, sem perder pitada (e bem!).

Este ano não partilhei nada. Preferi explicar-vos por aqui como foram as “minhas” festas infantis. Muito diferentes da maioria de vocês.
Este ano na Escola da Madalena, optaram por fazer uma festa para as crianças. Ou seja, a plateia eram as crianças. Houve um espectáculo sim, mas feito por entendidos no assunto que surpreenderam os meninos. Sem pais, nem tios nem avós (lá nos contentámos com a festa da ginástica que foi bem gira!).

Na escola da Margarida, foi o costume! Foi espectacular.
Na escola da Margarida, a maioria dos meninos não dança, não anda, não fala nem percebe o que é o Natal.
Na escola da Margarida, são os terapeutas, os fisioterapeutas, as cozinheiras, os professores, os auxiliares, os administrativos, as assistentes sociais e o diretor, que passam dias a ensaiar o teatro, a dança e o concerto, para nos proporcionarem esta hora de convívio.

Aqui tudo muda de lugar. A plateia enche-se de pais comovidos com tanto amor, pais que, provavelmente, dariam tudo para estarem nas vossas festas de Natal, e de miúdos especiais. Miúdos que irradiam felicidade porque vêem o Terapeuta Luís a dançar com um chapéu dourado, miúdos atentos à educadora Adelaide que lhes conta a mais bela história de Natal com figurantes pequeninos ao colo dos seus “compinchas”, são eles auxiliares e terapeutas.

A meio da festa uma criança teve uma crise epilética, mas sabem de uma coisa? É normal… ninguém deu conta, porque nesta casa isso é comum. A festa continua.
Este ano foi ainda mais especial. Tivemos a surpresa de um grupo de jovens do 2º ciclo que se voluntariou para fazer um teatro. É nesta altura que também penso que afinal a juventude não está perdida.

E é aqui, nesta escola, que se sente o verdadeiro amor. É nestas festas que o meu coração bate forte e os meus olhos se inundam de lágrimas.

Mas também é nestas festas que eu penso que se não fosse a Margarida eu não conhecia pessoas especiais como estas. Porque a APCC – Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, está recheada de pessoas genuinamente boas, cheias de amor para dar. Pessoas que de outra forma eu não conheceria.

Obrigada APCC em nome de todos os pais e meninos. Vocês são maravilhosos!